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30/08/22 - 5 minutos de leitura
Flor Ribeirinha leva suas raízes para o mundo
Projeto apoiado pela Energisa faz sucesso e leva a cultura popular mato-grossense para o outro lado da terra
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30/08/22 - 5 minutos de leitura
Flor Ribeirinha leva suas raízes para o mundo
Projeto apoiado pela Energisa faz sucesso e leva a cultura popular mato-grossense para o outro lado da terra
São Gonçalo Beira Rio, Cuiabá, Mato Grosso. No quintal de Dona Domingas Leonor da Silva, uma semente foi germinada. Regada com dedicação por mãos que moldam o barro da cerâmica e fazem gestos de dança, brotou forte. Das margens do Rio Cuiabá, desabrochou embalada pelas violas de cocho e hoje, frondosa, é admirada pelo mundo todo.
Batizado de Flor Ribeirinha pela própria Domingas, o grupo de dança idealizado e fundado por ela no quintal de sua casa, há quase 30 anos, trabalha no resgate, manutenção, proteção e difusão da cultura popular da região, sobretudo o siriri e o cururu (dança e ritmo tradicionais), acumulando prêmios por onde passa. O mais recente deles foi conquistado neste mês de julho: o troféu Golden Peak, na Bulgária, onde acontece um dos maiores festivais internacionais de dança folclórica.
– Minha avó é uma mulher muito especial, com uma energia única, que desde jovem se encantou e quis manter viva a nossa cultura – diz Avinner Augusto da Silva, neto de Dona Domingas e, hoje, coreógrafo do grupo.
Com patrocínio da Energisa, que apoia o projeto mato-grossense em diversos campos de atuação – como na manutenção das oficinas de finais de semana para os moradores locais e nos espetáculos pelo Brasil –, o Flor Ribeirinha nasceu e atua de forma marcante na comunidade histórica de São Gonçalo Beira Rio. Rico polo de cultura popular brasileira, lá são preservadas as tradições cuiabanas de celebrações tradicionais das festas de santos, por exemplo, assim como a transformação da argila em cerâmica, a produção de comidas e bebidas típicas, a confecção e uso da viola de cocho, além do modo de vida dos ribeirinhos.
– A Associação Cultural Flor Ribeirinha é um projeto social que vai além da dança, atuando na proteção e expressão da cultura regional. Muito mais do que distribuir energia elétrica, a Energisa tem como propósito promover o desenvolvimento sustentável e a qualidade de vida da sociedade, onde os avanços tecnológicos caminham lado a lado da identidade cultural –, destaca Ana Carolina Ribas, gerente de gestão e projetos da Energisa.
Amante do siriri desde pequena, Dona Dominga quis preservar a expressão cultural que lhe fazia feliz e orgulhosa de ser quem é e vir de onde vem. Na década de 80, a cuiabana começou a reunir os mestres que detinham aquele saber popular tão rico, senhores e senhoras da região, entre músicos e bailarinos, para formar um grupo, chamado por ela de Nova Esperança e levar o siriri para além das fronteiras de São Gonçalo.
– Nessa época, a nossa cultura popular enfrentava muito preconceito, sendo mal vista mesmo pelas pessoas daqui da região. Não valorizavam e não entendiam a importância dessa tradição tão rica – conta Avinner. – Essa primeira iniciativa foi muito importante para o siriri, a viola de cocho, ser mais vista pela própria população daqui.
No entanto, como os integrantes eram já senhores de idade, o grupo não durou muito, e o Nova Esperança morreu junto com seus baluartes. Apesar da dor, a então jovem Dona Dominga não desistiu. Chamou os netos de seus mestres – crianças que ouviam e respiravam aquela cultura desde pequenas – para brincar de dançar o siriri em seu quintal. Sem saber, Dona Dominga germinava ali a verdadeira nova esperança.
– Eu era uma criança de colo nessa época, mas já participava assistindo a tudo no quintal da minha avó. Cresci nutrindo essa paixão imensa pela nossa cultura – relembra Avinner.
As crianças viraram adolescentes e a ideia veio em seguida: fundar, agora sim, um grupo de dança capaz de preservar e disseminar a cultura do siriri. Nascia assim, em 1993, o Flor Ribeirinha. Avinner, então com 10 anos, virou mascote da companhia. Não demorou muito para se tornar coreógrafo, assumindo a direção de movimento do grupo em 2004.
Em 2013, Avinner e D. Dominga julgaram ser a hora de tentar levar o Flor Ribeirinha para fora de Mato Grosso, inscrevendo a companhia no renomado Festival de Joinville, em Santa Catarina. Sem pretensões de concorrer a nenhum prêmio, o grupo não só se apresentou, como foi ovacionado pela plateia presente, chegando à final e conquistando o quinto lugar. Desde então, o grupo já se apresentou em diversas festas dentro e fora do país, e foi selecionado para três competições internacionais de folclore: Cheonan World Dance Festival na Coreia do Sul, em 2016, onde tirou o segundo lugar; 18º Festival Internacional de Arte e Cultura na Turquia, em 2017, sua primeira vitória fora do Brasil; e este ano, na Bulgária, onde acaba de conquistar o maior prêmio do festival.
Para 2022, Avinner conta que o grupo Flor Ribeirinha prepara uma turnê nacional que irá circular pelas cinco regiões do Brasil, a partir de setembro – projeto também apoiado pela Energisa, através da Lei Rouanet, no valor de R$ 364 mil.
Além do grupo de dança, o projeto cresceu ao longo dos anos, ganhando relevância sem esquecer sua principal missão: manter viva a cultura popular cuiabana. Por isso, a companhia idealizada por Dona Domingas virou Associação Cultural Flor Ribeirinha, que realiza diversas outras oficinas e atividades regulares. Alguns exemplos são o projeto “Semente Ribeirinha”, que promove atividades artísticas gratuitas para crianças entre 6 e 12 anos, e o “Flor da Idade”, com foco na produção de cerâmica pelas mãos de senhoras ribeirinhas que mantêm a tradição da argila local muito forte. O apoio da Energisa ajuda a manter essas atividades ao longo do ano todo, porque qualquer flor precisa de rega constante pra prosperar.
Conheça mais sobre a política de patrocínios culturais da Energisa:
O Grupo patrocina, por meio das Leis de Incentivo à Cultura, a produção cultural brasileira realizada em sua área de atuação. O programa de incentivo Energisa Cultural tem o objetivo de fomentar a produção e desenvolvimento da cultura local, ampliando o acesso à arte, valorizando a cultura brasileira e provocando a interação entre saberes e fazeres das comunidades. Em 2021, foram investidos quase R$ 8,1 milhões em 29 projetos em 7 estados, abrangendo 8 linguagens culturais.
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