Daniel Orlean e Tiago Compagnoni

Energia 4.0

12/08/22 - 5 minutos de leitura

À frente da Voltz, Daniel Orlean e Tiago Compagnoni contam como agregam serviços financeiros ao portfólio de uma empresa de energia

Uma das mais novas empresas do Grupo Energisa, fintech começou oferecendo conta digital para clientes, colaboradores e fornecedores da empresa, e avança com soluções de tecnologia digital para levar crédito e outros produtos para todo o mercado

Daniel Orlean e Tiago Compagnoni

Energia 4.0

12/08/22 - 5 minutos de leitura

À frente da Voltz, Daniel Orlean e Tiago Compagnoni contam como agregam serviços financeiros ao portfólio de uma empresa de energia

Uma das mais novas empresas do Grupo Energisa, fintech começou oferecendo conta digital para clientes, colaboradores e fornecedores da empresa, e avança com soluções de tecnologia digital para levar crédito e outros produtos para todo o mercado

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A Voltz, primeira startup do Grupo Energisa, surgiu com o propósito de promover a inclusão financeira e digital de clientes das distribuidoras do grupo que estavam fora do sistema bancário. Hoje, a fintech evoluiu para uma plataforma de serviços financeiros, que oferece desde crédito para pagamento de contas a antecipação de recebíveis, ou até mesmo soluções de crédito para empresas. Na conversa a seguir, os principais executivos da Voltz contam um pouco desta trajetória e apontam os próximos passos da empresa.

Como é o desafio de criar uma fintech no setor elétrico? 

(D.O.) Tem sido uma experiência muito gratificante, porque é exatamente nesta diferença que estamos encontrando várias oportunidades de sinergia, de exploração do ecossistema. Não só capturar, mas trazer novidades e benefícios para os clientes. O foco é sempre o de oferecer a melhor solução para o cliente, independente de canal, região ou meio de pagamento utilizado. Essa estratégia de aprendizado – com bastante ciência de dados por trás – permite oferecer soluções diferenciadas de acordo com o perfil dos clientes. Temos aprendido, dia após dia, como fazer esta alavancagem.

(T.C.) O setor elétrico é um item de primeira necessidade – energia elétrica –, tem uma recorrência, todo mundo envolvido. A Voltz, como fintech do Grupo Energisa, está dentro de um ecossistema que tem R$ 30 bilhões de receita por ano, 8 milhões de contas para 20 milhões de pessoas. Para PJs, são R$ 6 milhões pagos a 20 mil fornecedores todo ano. Então, tem a oportunidade para conta digital para pessoas física e jurídica, crédito para o cliente e os fornecedores, parcelamento de conta. Temos dados de fornecedores para fazer análises de crédito de muita qualidade. É um ecossistema muito rico.

Em geral, as startup nascem do zero, e vocês construíram a Voltz dentro da Energisa. Como foi isso? O que diferencia a Voltz de outras fintechs

(T.C.) A Voltz adota um modelo chamado de venture building. Por experiências passadas, grande parte do trabalho dos fundadores de startup é garantir o os recursos financeiros para desenvolver a empresa, gerar receita e crescer muito rápido. Uma vez estando na Energisa, conseguimos trilhar um caminho, desenhar o um plano de trabalho. São as metas que, ao serem alcançadas, nos garantem os aportes financeiros. O principal valor que vemos nesse modelo é o não-financeiro, as sinergias que estamos aproveitando. Há uma massa de clientes e fornecedores com demandas que não conheceríamos se não estivéssemos dentro da empresa. Estamos entendendo as necessidades e desenhando produtos. Há então essa parte do investimento não-financeiro e também o investimento financeiro, que de certa forma está acompanhando, e assegura o olhar no longo prazo. 

(D.O.) Quando se está dentro de um ecossistema, é possível escolher os frutos maduros para gerar receita de forma sustentável. É possível trabalhar em linhas que não são tão rápidas, mas exponenciais. Temos uma curva que cresce rápido, mas depois fica num platô um certo tempo e então é possível utilizar esta receita para gerar produtos, como por exemplo a conta digital, ou produtos que não têm custo, mas depois vão trazer outros tipos de serviços correlatos, como crédito aos nossos clientes. Isso é bem relevante nesta linha de investimentos não-financeiros. A princípio não é financeiro, mas se transforma numa economia, tanto para a Voltz como para o Grupo Energisa. Dessa forma, é possível trilhar um caminho com calma, sem ser aquele empreendedor UFC, que tem que sobreviver até o próximo round, caso contrário terá que tomar decisões que não são as melhores no longo prazo.

Como a Voltz contribui para o crescimento sustentável, diversidade e inclusão, valores tão caros à Energisa?

(D.O.) Estivemos nas semanas que antecederam a inauguração do projeto da Vila Restauração (localizada na Reserva Extrativista do alto Juruá, no Acre), apresentando a Voltz para os moradores. Esse é um dos nossos muitos papéis. Somos a fintech de um grande grupo de infraestrutura, temos soluções de cidadania, como a conta digital e o cartão pré-pago para os clientes dessas localidades, como o crédito para clientes que precisam parcelar suas contas e os produtos de antecipação para fornecedores.

E o que a Voltz tem de novo para mostrar para essa população?

(D.O.) A Voltz nasceu dedicada a incluir financeiramente clientes do ecossistema de distribuição de energia através da abertura de contas digitais para pessoas físicas e jurídicas. Evoluímos para uma plataforma de serviços financeiros que oferece cartão de crédito (virtual e físico), crédito para pagamento de contas, antecipação de recebíveis e até soluções de crédito em operações estruturadas de fusões e aquisições, algumas trazidas por instituições parceiras, fazendo do aplicativo um marketplace financeiro, como a Magalu, a Amazon são no varejo. É uma posição privilegiada, em sinergia completa com um grupo forte como a Energisa, que atua em 11 estados brasileiros e detém 8,2 milhões de clientes cativos, em mais de 800 municípios, metade deles sem agências bancárias. Qual fintech pode dizer que tem mais de 800 agências no país? Em seu curto tempo de operação, a Voltz já operou, por suas plataformas, mais de R$ 500 milhões em crédito para fornecedores, originando desde a antecipação de recebíveis já performados até a concessão de crédito para cadeia de suprimentos com garantia de contratos futuros.

E como a Voltz se relaciona com os clientes da Energisa?

(T.C.) A Voltz atua no combate à inadimplência no Grupo Energisa, oferecendo crédito a clientes que têm contas de energia atrasadas. Por ser uma concessionária, a Energisa não pode oferecer parcelamento em prazos além do previsto pelas regras do setor, mas na Voltz, nós podemos parcelar a conta em até 24 vezes, fazendo caber no bolso do cliente. Desde que lançou seu produto de crédito para pagamento de contas em atraso, a Voltz, tem fechado uma média de 100 operações de crédito por dia, com tíquete médio de cerca de R$ 1.100,00. A parceria tem benefícios para os dois lados: a Voltz passa a ter acesso à carteira de clientes da distribuidora e o Grupo pode oferecer a seus clientes alternativas de crédito.

Como a Voltz pretende oferecer os seus serviços para outras companhias?

(T.C.) O que começou como um projeto de cunho mais interno acabou tomando um tamanho maior diante das oportunidades que se abriram. Nossa meta agora é ser a fintech de escolha de outras empresas do setor de utilities (como são conhecidas as fornecedoras de serviços básicos, como energia, água e gás). Por ser independente da Energisa, o nosso modelo de negócios permite a comercialização da plataforma com outras companhias. Já estamos em conversas preliminares com outras utilities, sobretudo dentro das áreas de concessão da Energisa. E a recepção da ideia tem sido positiva, porque estamos na frente e podemos desenvolver ofertas escaláveis.

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